sexta-feira, 12 de abril de 2013

CAVALARIA

MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA


De seu nome Bernardo de Sá Nogueira Figueiredo, filho do Desembargador da Relação do Porto,  Faustino José Lopes Nogueira de Figueiredo, senhor do Prazo do Reguengo, e de outros, Moço Fidalgo, Alcaide-mor do Cadaval e Comendador de Cristo e de D. Francisca Xavier de Sá Mendonça e Cabral da Cunha Godinho. Sá Nogueira nasceu em Santarém no dia 26 de Setembro de 1795 e faleceu em Lisboa a 6 de Janeiro de 1876

Sá da Bandeira herói, grande militar e estadista. Não cabe, neste espaço, fazer a biografia deste grande militar e político, mas apenas apresentar muito resumidamente alguns elementos da sua vida, principalmente a sua carreira durante a Guerra Peninsular.

No ano de 1810 escreveu: 
No sítio de Queluz assentei praça no Regimento de Cavalaria
N.º 11, tendo apenas catorze anos e meio de idade. Meu ardente amor da independência nacional excitava, naquela época, todos os portugueses, para resistirem à invasão dos exércitos franceses.

Comecei o serviço de campanha nesse mesmo ano como Alferes do Regimento N.º 10 de Cavalaria, e depois de 1812 até à paz geral em 1814, como Tenente do Regimento N.º 4 da mesma Arma. Em 13 de Março deste último ano, num combate entre corpos de cavalaria, que teve lugar perto da aldeia de Viella, em França, e durante uma carga que o meu Regimento fez, dei e recebi muita cutilada, e, de estas, duas na cabeça, que me fizeram cair do cavalo e fui deixado por morto no campo, e depois da acção achei-me prisioneiro. Por esta ocasião fui recomendado por distinção.(a)

Bernardo de Sá Nogueira
In: História da Cavalaria Portuguesa
Colecção particular
Bernardo de Sá Nogueira, (...) foi ferido honrosamente, segundo Pinheiro Chagas (b), recebendo uma quantidade de cutiladas na cabeça e ficando por morto no meio da estrada.

Conseguiu contudo ainda com um resto de consciência arredar-se do caminho das tropas, se a cavalaria o esmagasse, não haveria para ele salvação possível. Ali esteve sem sentidos e considerado morto até que um soldado francês, que andava provavelmente despojando os cadáveres, conheceu que ele estava vivo, e o levou como seu prisioneiro. recolhido em casa de umas senhoras foi tratado por elas com infinita caridade, e tão reconhecido lhes ficou, que muitos anos depois, sendo já ministro e general, continuava a corresponder-se com elas. Tinham-no salvo efectivamente, mas em que estado deplorável ficara o moço oficial!

O moço oficial de 18 anos ficara quase completamente surdo, mas a sua rija cabeça resistira aos golpes terríveis que o deviam ter aniquilado.

Bernardo de Sá Nogueira tivera a felicidade de cair prisioneiro no fim da guerra, por isso, apenas se restabeleceu, pode recolher-se a Portugal, onde a primeira coisa que fez foi pedir licença para ir estudar, apesar de ter sido promovido a Capitão (...).

Notas
 In:
         
(a)   Colecção particular
(b)  Colecção particular
                                                                                 

Coorden. do texto e ilustrações: marr