quinta-feira, 24 de março de 2011

ESTADO-MAIOR

UNIFORME

BICÓRNEO
De feltro preto, guarnecido por um galão dourado (por vezes preto), Laço Nacional azul ferrete e escarlate, tendo por cima uma presilha de fio de ouro com o respectivo botão do padrão. Em cada uma das pontas, pende uma borla de retrós mesclada de azul ferrete, branco e dourado. Pluma vermelha na base e branca no topo.
Colecção particular

CASACA
Comprida de pano azul ferrete, sem bandas, fechando à frente por intermédio de uma fila de oito botões dourados do respectivo padrão. Gola e canhões das mangas azul ferrete, vivo e forro branco. As abas têm duas aplicações brancas que partem, na vertical, sensivelmente desde a altura dos rins, até atingir o virado das abas; cada aplicação tem dois botões do respectivo padrão; os bolsos, são desenhados por um vivo branco, no sentido da altura, tendo cada algibeira três botões do padrão; os virados das abas são da cor do forro, sendo fixos por alamares do respectivo distintivo do Estado-Maior.


Colecção particular









Botão, Padrão m/1806
Colecção particular

















 

Colecção particular










Botão original
Colecção particular













 





COLETE
Branco de tecido fino

GRAVATA
De gorgorão de seda ou lã preta

PANTALONAS
Azul ferrete no tempo frio e brancas no quente

CALÇÕES
Para serviço montado e das cores das pantalonas

BANDA
De retrós encarnado, terminando em duas borlas de fios de seda azuil e branco. Utilizava-se a banda atada por cima da farda e com as borlas atadas curtas e pendentes do lado direito

BOTAS
Pretas com esporas de ferro

DISTINTIVOS DO ESTADO-MAIOR
Alamar bordado a fio de ouro. A sua aplicação era feita do modo seguinte:


Padrão m/1806 . Colecção particular
 - um, na horizontal, de cada lado da gola
- três, na vertical, em cada canhão das mangas
- um, ao alto, em cada virado das abas, isto é, dois em cada aba.




Colecção particular








ARMAMENTO



SABRE
Liso com bainha toda de metal amarelo.



Colecção particular (a)





Padrão  m/ 1806
Colecção particular

























(a) Esta arma não é igual ao padrão do modelo de 1806. Observe: guarda-mão diferente, o quartão curvo, o escudete redondo e a bainha de metal branco.

FIADOR
De cordão de tecido de lã escarlate e ouro, borla de retrós azul ferrete e prata
Padrão m/1806
Colecção particular


BOLDRIÉ
De couro branco, assim como os francaletes para a suspensão do sabre, chapa de fecho de metal amarelo com as armas em alto-relevo em prata, ferragens do mesmo metal e cor.


Segundo o Padrão m/1806
Colecção particular








Chapa do boldrié. Padrão m/1806
Colecção particular


Texto e ilustrações de: marr

sexta-feira, 18 de março de 2011

ESTADO-MAIOR

O primeiro Plano de Uniformes, que faz referência aos oficiais "pertencentes aos Estados-Maiores", já tendo fardamento e distintivos próprios, quando exerciam as suas respectivas funções, é o de 19 de Maio de 1806. Anteriormente a este Plano, os oficiais do Estado-Maior não possuíam distintivos, nem fardamento particular, com excepção para os da "Extinta Primeira Plana da Corte".


Oficial do Estado-Maior
c.1817 Colecção particular

No século XVIII, era a expressão "Estado-Maior" utilizada para designar, num regimento, o conjunto de elementos não integrados nas companhias que o constituíam. No regulamento de 1763, vem expresso a composição do "Estado-Maior" dos regimentos, que eram: Ajudante, Quartel-Mestre, Capelão, Auditor, Cirurgião-Mor, Ajudante de Cirurgião, Tambor-Mor, Espingardeiro, Coronheiro e o Preboste. Mais tarde, em 1796, foi determinada a seguinte composição para o Estado-Maior de um regimento de infantaria, a um batalhão: Coronel, Tenente-Coronel, Sargento-Mor, Ajudantes, Quartel-Mestre, Secretário, Capelão, Cirurgião-Mor, Ajudante de Cirurgião, Coronheiro, Espingardeiro, Tambor-Mor e Preboste. Note-se que estes militares envergavam os uniformes dos regimentos a que pertenciam e sem indicativos específicos das suas respectivas funções.

Nos exércitos de D. João IV, chamava-se "Plana Maior" ou "Primeira-Plana" ao que hoje chamamos "Estado-Maior", era o nome castelhano ainda hoje em uso em Espanha, que tinhamos herdado dos sessenta anos da perda da independência. O Mestre-de-Campo-General tinha atribuições semelhantes às dos actuais Chefes do Estado-Maior. Antigamente, os oficiais que não estavam arregimentados diziam-se do "Estado-Maior da sua Arma"; hoje dizem-se do "Quadro da Arma".


No tempo de Beresford, período em apreciação, chamava-se "Estado-Maior" do batalhão ao pessoal que não pertencia às companhias; mais tarde distinguia-se o Estado-Maior oficiais e o Estado-Maior praças, englobando-se uns e outros sob a rubrica de Estado-Maior e Estado-Menor, e similarmente nas outras Armas.


O recrutamento de oficiais para os Estados-Maiores, ou organizações semelhantes, fazia-se por livre escolha dos generais comandantes, entre os oficiais das diversas Armas; a organização de 1816, publicada a seguir à Guerra Peninsular, determinava que "os oficias do Corpo do Estado-Maior fossem escolhidos de todas as Armas em atenção ao merecimento tão-somente, porque neste Corpo necessita-se de oficiais que não tenham somente simples rotina".


Oficial do Estado-Maior
c. 1808 Colecção particular

Designava-se pelo nome de Estado-Maior o pessoal devidamente organizado de que dispõem, em campanha, o Comandante-em-Chefe das forças em operações e os comandantes das grandes unidades para preparar, pelos seus trabalhos, as decisões desses comandantes relativas a operações, efectivos e material, transporte, reabastecimentos e evacuações, elaborar e transmitir directivas e ordens baseadas  nessas decisões, destinadas a accionar as tropas e os serviços e dar ainda, por sua iniciativa, as instruções necessárias para assegurar a boa interpretação e o exacto cumprimento daquelas ordens. O Estado-Maior é um órgão auxiliar do Comando, por intermédio do qual se exerce a sua acção.

Este Corpo foi criado, na realidade, por força do Decreto de 18 de Julho de 1834 e compunha-se de 2 Coronéis, 6 Oficiais Superiores, 16 Capitães e 16 Tenentes; estes oficiais destinavam-se aos Estados-Maiores das Províncias, das Divisões e Brigadas e ainda para Ajudantes-de-Ordens dos Generais. Nesta organização os Generais formavam o Estado-Maior-General, designação hoje atribuída ao estado-Maior do Comandante-Chefe, em campanha. Para recrutar os oficiais do Estado-Maior incluía-se na organização da Escola do Exército, decretada em 12 de Janeiro de 1837, o Curso do Estado-Maior, a principio frequentado por oficiais das Armas e, a partir de 1844, também por Alferes-Alunos, como os outros cursos da Escola do Exército.

Os oficiais em serviço no Estado-Maior, durante a Guerra Peninsular, compreendiam somente:
- Ajudantes-de-Ordens
- Ajudantes-de-Campo
- Oficiais permanentes no expediente dos Quartéis-Generais
- Inspecções e demais repartições militares

Texto: marr

sábado, 12 de março de 2011

OFICIAIS GENERAIS E BRIGADEIROS

BRIGADEIROS

GRANDE UNIFORME
Bordadura a fio de ouro e colocado na farda como em todos os outros anteriores



Bordados do lado direito e esquerdo da farda


Bordado dos canhões das mangas







 














PEQUENO UNIFORME
Os bordados apenas se colocam na gola e nos canhões das mangas

Brigadeiro Jorge Frederico Lecor
Pequeno-Uniforme
In: Museu Quinta das Cruzes (Ilha da Madeira)


DRAGONAS
Com uma estrela de prata





COMISSÕES MILITARES PERMANENTES

CONSELHEIRO DE GUERRA
Além dos bordados das respectivas patentes, a farda em cada uma das folhas dianteiras das mangas tinha seis casas bordadas a fio de ouro, duas a duas, colocadas entre o canhão da manga e o cotovelo, em forma de ângulo, com o vertíce virado para baixo, em forma de "V" e com um botão do respectivo padrão na união dos dois bordados, ou seja, no vertíce.



Distintivo de Conselheiro de Guerra




Distintivo de Conselheiro
de Guerra








Observe os distintivos de Conselheiro de Guerra
In: Museu Militar

















INSPECTOR
Tinham como distintivo, no ombro esquerdo, uma dragona, que no lugar dos canutilhos, tinha três galões de fio de ouro entrançados e que desciam sensivelmente até altura do cotovelo, terminando, cada galão por uma borla achatada nas pontas.

Distintivo de Inspector


Inspector
Colecção particular






































GOVERNADOR DE PRAÇA
Não utilizavam nenhum sinal distintivo, por isso conformavam-se com o estipulado para a sua respectiva patente


COMANDANTE DE CORPO
Utilizavam as fardas iguais às dos respectivos Regimentos que comandavam, tendo na gola e nos canhões das mangas o bordado da sua patente.





EQUIPAMENTO DOS CAVALOS
Os Oficiais-Generais e Brigadeiros utilizavam nas suas montadas arreios e ferragens amarelas ou douradas; capeladas, xiaréis ou xabraques de pano azul ferrete guarnecidos de galões e dispostos conforme o que se tinha regulamentado pelo Decreto de 27 de Abril de 1761. Este documento poderá tornar-se um pouco confuso, porque nos indica os postos do Exército e da Marinha, então em uso, tendo sido entretanto alguns extintos.

Decreto de 27 de Abril de 1761
Colecção particular
 Contudo nota-se uma curiosa preocupação em manter a tradição que era a seguinte: como é do conhecimento geral, no Plano de Uniformes de 19 de maio de 1806 foram introduzidas alterações em todos os distintivos, ou por outras palavras, foram devidamente regulamentados, organizados e definidas as diversas graduações desde Marechal-General até Anspeçada, contudo os Oficiais Generais, talvez por tradição, mantiveram os antigos distintivos das suas patentes, mas apenas nas capeladas, mantas e xairéis das suas montadas. Infelizmente o Decreto não nos indica, em muitos casos, as larguras dos galões nem tão pouco existem os respectivos modelos dos padrões. Estes galões eram colocados à volta, ou melhor dizendo ao redor das capeladas, xabraques e xairéis.




MARECHAL-GENERAL
E
MARECHAL DO EXÉRCITO
Dois galões de ouro lavrados e abertos, um com três dedos de largura e outro mais estreito (não nos indicando a largura deste).

GENERAL, TENENTE-GENERAL
E
MARECHAL-DE-CAMPO
Um galão lavrado e aberto (não nos indica a largura)

BRIGADEIRO
Um galão liso e fechado com dois dedos e meio de largura


Texto e ilustrações de: marr





quinta-feira, 3 de março de 2011

OFICIAIS E GENERAIS E BRIGADEIROS



MARECHAL-DE-CAMPO(1)

GRANDE UNIFORME
Bordadura fio de ouro por toda a farda, como tem sido já referenciado.

Bordadura do lado direito e esquerdo
da farda







Bordados dos canhões das mangas
















PEQUENO UNIFORME
Os mesmos bordados apenas na gola e nos canhões das mangas




D. Marcus de Noronha e Brito, 8.º Conde dos Arcos
Óleo sobre tela da época. Colecção Particular
Nota: Este oficial veste o pequeno uniforme e tem na gola bordados duplos, ou seja, rodeiam toda a gola, o que não era da Ordem


Matias José Dias Azedo
Óleo sobre tela da época. Colecção particular

DRAGONAS
Uma em cada ombro com duas estrelas de prata



(1) Existe uma certa confusão sobre este posto e o de Marechal, utilizado bastantes anos mais tarde. Nesta época e conforme já foi escrito, o posto mais alto na hierarquia do Exército Português foi o de Marechal-General, posto este que foi atribuído em exclusividade, durante este período, a Wellington; assim como o de Marechal-do-Exército que foi exclusivo de Beresford.


Marechal-de-Campo, D. Francisco da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira 1.º Conde de Amarante.
Gravura do século XIX. Colecção particular


D. Francisco da Silveira
Gravura do fim do século XIX
Colecção particular

Marechal-de-Campo
Trata-se de um parente do
Marechal-de-Campo D. Francisco da Silveira
Óleo sobre tela da época. Colecção particular

























Marechal-de-Campo
António de Teixeira Rebelo
Foi o fundador do Real Colégio Militar
Óleo sobre tela da época. Colecção particular




Marechal-de-Campo
António Teixeira Rebelo
Gravura do século XIX que reproduz
 o seu busto. Colecção particular




















 
Texto e ilustrações de: marr