O uniforme dos músicos era igual ao dos tambores, mas o galão que guarnecia as costuras das mangas era de seda amarela. O resto do fardamento era igual aos dos restantes militares do seu regimento (cor da gola, canhões das mangas, forro, abas da casaca, vivos, etc.).
O uniforme do Mestre da Música, que geralmente tinha o posto simbólico de 1.º Sargento, era igual ao do Cadete ou do Porta-Bandeira, isto é: com boldrié, florete de oficial e as borlas da barretina eram de fio de ouro.
Os músicos até 1815 eram, no fundo, paisanos envergando um uniforme, na medida em que eram contratados por períodos determinados, sendo o seu vencimento geralmente pago pelo comandante ou por quotização feita entre os oficiais da unidade onde prestavam esse serviço
A constituição de uma banda, por regra estabelecida, raramente ultrapassava os oito músicos, mais o Mestre; contudo, e por uma questão de vaidade e orgulho, entre unidades, esse número era ultrapassado. Toda esta situação modificou-se com a publicação da Portaria de 16 de Dezembro de 1815.
A organização, base, de uma banda de música durante este período era a seguinte:
- 1 Mestre (que geralmente era 1.º clarinete):
Colecção particular |
Colecção particular |
- 1 Trompa:
Colecção particular |
- 1 Clarim:
Colecção particular |
Colecção particular |
- 1 Segundo Clarinete (no caso do Mestre tocar esses instrumento):
Colecção particular |
- 1 fagote:
Colecção particular |
- 1 Serpentão:
Serpentão Colecção particular |
Colecção particular |
- 1 Bombo:
- 1 Caixa de Rufo:
Colecção particular |
No caso do Mestre não saber tocar clarinete, mas sim qualquer outro instrumento, teria que haver sempre um 1.º Clarinete, sendo substituído o músico que tocasse o mesmo instrumento que o mestre.
Um dos compositores portugueses muito popular, nesta época, foi Marcos de Portugal que, em 1810, compôs um célebre "Hino Patriótico da Nação Portuguesa", para ser cantado e tocado por todas as bandas Militares.
Colecção particular |
É de lamentar que este Hino ainda continue inédito, assim como imensas partituras de Marchas Militares e Hinos Portugueses inéditos, que "jazem" no nosso Arquivo Histórico Militar*, andando as nossas bandas , muita vezes, a tocar marchas estrangeiras...
* Existe apenas "uma pedrada no charco" que foi a publicação de um livro intitulado "Hinos patrióticos e militares portugueses", uma excelente parceria de Alberto Ribeiro Soares, Pedro Marquês de Sousa e Manuel J. Ferreira da Costa.
Pena foi este trabalho não ter abordado as marchas, os diversos toques da ordenança, etc. Mas... talvez ainda não seja tarde para a mesma parceria deitar mãos à obra!
Texto e ilustrações: marr
Bom dia,
ResponderEliminarAntes de mais gostaria de o felicitar pelo trabalho desenvolvido neste e noutros blogs, onde são apresentadas informações de grande importância para a nossa História como foi este período da Guerra Peninsular.
Relativamente ao Hino Patriótico, há outros dois exemplares na Biblioteca Nacional:
http://purl.pt/6602/1/index.html
http://purl.pt/827/1/index.html
Há também no Youtube um vídeo onde é possível ouvir este Hino:
http://www.youtube.com/watch?v=tm5Cuc_4Yxo&feature=related
Cumprimentos,
Dinis Fonseca